A voz dela entoou fraqueza para eu ouvir. Com ingenuidade, o seu choro implícito anasalou a palavra para mim: franqueza. Eu desconcertei, me vendo ali em fraqueza. A ingenuidade anasalando a palavra e despindo em mim a verdade que era minha, também.
Ele inventou um final feliz para não me ver chorar. Mas eu chorei mesmo assim, com o desfecho inesperado: a verdade escorrendo no rosto e me anasalando a voz.
Eu fitei nos olhos tentando puxar a paixão. A paixão que é necessidade, a necessidade que todos temos de fugir do amor: que é completo e encara a verdade úmida da vida.
Eu tinha medo de perder. Eu queria manter. Eu queria continuar seco, mas o tempo faz chover nos olhos e enxágua as lembranças de vez.
Ela me disse francamente que tinha medo de morrer. Eu senti fraco: seco e sem voz. Eu também tinha medo que ela morresse.
A vida muda de tom inesperadamente. A nossa mentira é um nexo frágil, a franqueza é inexorável.Nós somos fracos. Apenas alguns são francos. Talvez seja isso: quando você diz a sua fraqueza tão ingenuamente eu enxergo em mim aquilo que eu nunca pude ver - a minha também.
Dói em mim, doeu em você; mas aceitar e ser verdadeiro é inevitável. Será que o medo daquilo que não dá prazer deu mais desprazer do que aceitar o problema?
Prometido e não cumprido. Meu passado e meu futuro. Tudo vira bosta. Um dia depois, não me vire as costas. Salvemos nós dois: tudo vira bosta. (Rita Lee)
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