Prometido e não cumprido. Meu passado e meu futuro. Tudo vira bosta. Um dia depois, não me vire as costas. Salvemos nós dois: tudo vira bosta. (Rita Lee)

domingo, 28 de janeiro de 2007

Noite surda

Então, deitado na grama, eu pensei ter entendido porque as pessoas não olham as estrelas. Elas me esmagavam com seus zilhões de toneladas entre o chão e o céu; depois atravessavam-no como imensas navalhas a perfurar os olhos, sangrando um brilho difuso por toda a noite. Tão assustadoras, as estrelas. Tão avassaladoras que me erguiam até elas, astros imortais, e embaralhavam meus sonhos entre constelações.

A grama era tão vasta que eu podia sentir a terra girando, veloz, raspando meu rosto contra o céu. Queria fugir mas não podia levantar, senão despencariam as estrelas. Ouvi meu coração. Ouvi as ondas. O silêncio das ondas era ensurdecedor. Era o ruído de 40 bilhões de ondas esculpindo praias pelo mundo inteiro. Era o barulho de mil e quinhentos trilhões de grãos de areia de atrito intenso. Onde foram parar os carros, as cidades e todos os papéis burocráticos?

sábado, 20 de janeiro de 2007

Cansaço

Eu gosto de pensar que você, seja lá quem for, se eu não encontrar, esteve num lugar que eu não pude olhar. Olhando para a minha nuca, logo depois de eu ter desistido de ficar procurando na multidão. Assim a culpa não é minha, né?

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

As minhas mentiras

Minhas fotos mentem sonhos que estavam ocultos na realidade. Sonhos que eu não soube ver de outro jeito, senão mentindo.

Então, quando minha lente se abriu, não viu o que se veria, mas os sonhos que eu procurava desesperadamente naquele instante.

Ela viu, por exemplo, a expressão no meu rosto, que via, por exemplo, você, num lugar oculto dentro daquela realidade.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Interna

Depois eu digo que vou morrer solteiro e ninguém acredita. =/

Dos fantasmas

Eu vi suas pegadas na areia
E eu não sei quem você é
Por isso me apaixonei

Olhos perdidos na mesa da cozinha.

[minha irmã se acha o máximo por ter mandado fazer o almoço, fica sempre puxando assunto, mesmo eu esclarescendo que não quero falar. Só tem carne, porque ela só come carne. Eu como a carne pura. Meu peito fica queimando de culpa num canto escuro da minha consciência]

Saldo da minha análise dos desenhos do Mármore Santa Cecília, na mesa da cozinha:

Um emoticon triste; uma cara de homem triste em cima do emoticon triste, com bigode e queixo muito largo e redondo; duas cabeças bezerro recriminadoras; uma cara de porca arrogante.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

O Frio

Será que o mar não sente frio no inverno? Eu sinto tanto frio quando entro no mar. E minha mãe sente tanto frio quando eu abraço ela depois de entrar no mar. Será que o mar não sente tanto frio no inverno, quando eu não abraço ele? O mar é frio, o céu é frio, a pedra é fria e úmida. O meu peito é frio e úmido, e treme. Treme, olha, tum tu-tum tu-tu tum tum tu-tum tu-tu tum tum. Acho que o mar não sente frio porque o mar não quer ser quente. Meu peito quer ser quente, então ele sente frio. E se ele não quisesse ser quente? Será que, depois de me abraçar, você ia precisar abraçar a sua mãe para ela sentir frio também?

E quando chega o inverno eu fico indeciso. Eu quero ficar quente, mesmo sentindo frio. Mesmo sentido frio. E eu não sei se eu quero ficar quente com o sol me abraçando ou queimando por dentro. O sol queima por fora, e dá mais frio. Mas o sol abraça tanto, e tão quente. E queimar por dentro esfria a pele, e passa o frio. Porque correr, amar e chorar esquenta tanto que eu não preciso de cobertor quando chega a noite.

Não sei se é preciso ter esse inverno. Sei que se tem e, pronto, não questiono. Questiono só como vou passar o próximo. Quero queimar meus cobertores. Quero queimar meus cobertores. Quero queimar o sol. Quero queimar o peito. Quero queimar meus cobertores.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Uma Manhã de Domingo.

Tem dias que eu acordo no meio da manhã, depois de ter levantado. Consigo sentir o ar me abraçando de todos os jeitos. Como é bom existir. Como é bonito o devir.

Acho que nessas horas não importa a minha solidão. Acho porque nessas horas, importa tudo. Porque tudo é aceito e tudo me é bonito. A pessoa que eu achava que amava. E as pessoas que eu queria amar. E as ondas. E o ar.

É uma felicidade triste. E eu só queria saber dela mais vezes.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Será que eu amava?

Será que era coragem?
Será que era ilusão?
Será que era verdade
Que se encaixavam
Perfeitamente as nossas mãos?

Bossa Nova na Vida

Vai ser desconcertante,
se tens um novo amor.


Vou viver minha vida. Cansei disso, mesmo. Sem tempo, sem espairecida, sem ilusões. Vou abrir as portas e as janelas. Beijosmeliga.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Estou na praia, então:

  • Orgânico, demasiado orgânico

Me bronzeei, meu cabelo está horrível, parei de malhar, como frutos do mar, libido EM ALTA.

  • Borboletas no estômago

Libido EM ALTA.

  • Minhocas na cabeça

Estou estudando fisiologia agora porque desisti de procurar artigos no pubmed via lanhouse (é muito mais difícil que atualizar o blog, sabem), vou ler uns artigos que tenho, sei lá. Faculdade em atraso. :)

  • Idílico

Ando aproveitando as caminhadas na praia para mais uma coisa além de definir os músculos da perna caminhando com água no joelho: devanear e tentar meditar um pouco. :)