Hoje, eu derramo as lágrimas
Que chorei no escuro há tempo.
Aquela vida, levou o vento
Deixou lembranças e desalento
Sonhos e saudades latejantes
Intensas, inquietas, inconstantes
Uma fragilidade desconcertante
A mim que outrora não lamentava
Muito, não para nada tão essencial
Quanto a vivência familial
Depois é que dei valor ao que faltava
Palavras, abraços, declarações
O silêncio, carregado de emoções,
Mas que hoje sublima hesitações
Queria ter dito em vida o que importava
Sem medo de que aquelas palavras
Soassem como más afirmações
Evidencias de inexoráveis aflições.
Minha querida tia, madrinha, te amo.
Tudo Vira Bosta
Prometido e não cumprido. Meu passado e meu futuro. Tudo vira bosta. Um dia depois, não me vire as costas. Salvemos nós dois: tudo vira bosta. (Rita Lee)
terça-feira, 29 de março de 2016
segunda-feira, 28 de março de 2016
Estupor estúpido
Não desgosto esse lamentar
Do tanto de vida que correu ou não
O mesmo orvalho lava de pesar
Tanto a flor murcha quanto o botão
Não sei se mentira ou ilusão
Não mais cabe talvez julgar
A gente sente o que existe e o que não
E no saldo não se vai diferençar
Será que adianta mesmo destruir
O castelo de cartas marcadas
Ou mais lucro é deixar fluir
A lama, falsidade despudorada
Se de verdade não dê para construir
Uma Realidade humanizada
Do tanto de vida que correu ou não
O mesmo orvalho lava de pesar
Tanto a flor murcha quanto o botão
Não sei se mentira ou ilusão
Não mais cabe talvez julgar
A gente sente o que existe e o que não
E no saldo não se vai diferençar
Será que adianta mesmo destruir
O castelo de cartas marcadas
Ou mais lucro é deixar fluir
A lama, falsidade despudorada
Se de verdade não dê para construir
Uma Realidade humanizada
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Impressões
A saudade lateja nas ausências inesperadas; e se alimenta das presenças subjetivas. A saudade é a única coisa que não deixa saudade. Maior que o medo de perder, é o medo de sentir falta. A saudade tem memória longa e rápida. Dura mais do que a vida e transcende a morte, não esquece nem perdoa. O único amigo da saudade é o arrependimento.
quarta-feira, 12 de março de 2014
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Sobre a comunicação
É claro, meu bem, que o que é dito não importa... Mas, sim, as pausas, gestos e suspiros entre as palavras. Só que, insisto, as entrelinhas precisam dos trilhos íntegros para percorrer a distância entre as pessoas.
Relativizando o eu, um desabafo niilista
É desconcertante, num dado momento da vida, não poder dar nem que seja uma resposta ingênua e superficial às perguntas que cercam o "eu". Quem sou? O que quero? O que faço? E onde? E como? Por quê? Entretanto, é claro que tudo tem seu lado bom e que da adversidade e da dúvida vêm as conquistas e mudanças que moldam uma pessoa.
E eu quero mudar. Fugir, chegar, conhecer ou mesmo arrepender-me. Tanto faz. Experimentar, com a sede de uma criança que tenta encostar o dedo no fogo, por puro tédio e curiosidade. Ver o que acontece, provocar, transitar, atritar até sair faísca. Com medo, óbvio, e daí?
Mas outra questão é: e como? Será que em outro espaço? Em outra realidade, ou rotina? Em outro tempo? Será que é mais provável seguir sendo a mesma pessoa ao se trocar de ambiente, reafirmando-se em novas condições; ou mudar, mesmo permanecendo do mesmo nicho, pela inconstância intrínseca do viver?
Ou, talvez, será que importa mesmo o que somos? E não, ao invés disso, a relação do que somos com o meio em que estamos? O trajeto, a mudança, acima do resultado dos mesmos? Existe mesmo um certo? Um melhor? Um mais bem sucedido? Um mais feliz? Será que o melhor é mais feliz; o sucesso é certo?
Quem sabe, num ponto de vista humanista, um mais adequado? Um mais condizente com nossos planos e ideais? Mas, ainda assim, o que julgamos mais adequado e fiel à nós o é, de fato? Se não enxergamos nada com total clareza e por todos os ângulos, o futuro sempre imprevisível...
Vai ver todo passo é um passo no escuro, principalmente quando não se sabe onde está. A vida feita às cegas e sem importar no resultado. Ou que sejamos todos expressões diferentes de uma mesma equação complexa, um conceito absurdo e ininteligível. Que a única verdade seja inefável e o resto todo mentira, ilusão denominada à toa, falácia. Quem sabe, finalmente, devêssemos parar de julgar os outros, se não sabemos com certeza nem que somos.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Sobre a seleção natural
Quando a única coisa sincera que alguém pode dizer para você é "não sou teu amigo", o melhor que se pode querer é que seja dito logo.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Sobre os nossos próprios vieses
Só queria entender na profundidade a diferença entre o sustentável e o insustentável. Queria parar de desejar becos sem saída.
Da imprudência
Ninguém quer morrer com palavras na boca, não é mesmo? Talvez por isso se fale tanto sem pensar.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Explicando
Acho que, como fica difícil para o ser humano entender o acaso, a gente podia combinar de definir sorte como um pequeno grupo de duendes que, às vezes, trabalham a nosso favor. Se a gente trabalha de dia, eles trabalham de noite, também.
Choque
Durante uma surpresa desagradável, todas as borboletas no estômago resolvem abrir as asas no mesmo instante. E só melhora depois de, uma por uma, saírem voando garganta afora.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Amostra das más escolhas das quais a sorte nos protege
Foi o vento vibrando o silêncio nos meus cabelos,
E o sol acendendo velas nos grãos de areia molhada,
Ele derramando suas flores, brancas, sobre minha terra árida
Minha saudade evaporando em suspiros profundos
Eu só queria dizer...
Que eu não precisava de um final feliz
(algum verão de ano desconhecido)
(algum verão de ano desconhecido)
Por um complexo mais cúmplice
Cumplicidade não é quando tem amor, quando tem amizade, quando tem culpa. É os gestos do outro, mesmo sendo estranhos, fazerem sentido para você. É a sintonia que faz o jogo continuar.
Aos meus amigos, inimigos, conhecidos e contactantes, não peço boa vontade nem piedade: só cumplicidade. A função da vida, naquele intervalo, não admitia valores imaginários.
Aos meus amigos, inimigos, conhecidos e contactantes, não peço boa vontade nem piedade: só cumplicidade. A função da vida, naquele intervalo, não admitia valores imaginários.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Encargo reparatório sobre o excesso de velocidade
Eu não sei onde você está
mas quero que carregue as
palavras que eu deixei
atrasar
Não são desculpas, confortos
despedidas. Apenas palavras
comedidas
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Sobre o não
É tão estranha a perda: não entendendo a posse, como partimos a ela? O homem não sabe o ter ou perder, só sente a falta.
Descontentamento
Dizem que as duas únicas felicidades do pobre são tirar o sapato apertado no fim do dia e esvaziar a bexiga depois de tempo sem fazê-lo. Pode ser que ter dinheiro seja diferente, mas... Quem não sabe o que é ruim, tampouco reconhece o bom.
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