(Campanha Ariel - Lavando Roupa Suja)
Prometido e não cumprido. Meu passado e meu futuro. Tudo vira bosta. Um dia depois, não me vire as costas. Salvemos nós dois: tudo vira bosta. (Rita Lee)
terça-feira, 7 de setembro de 2010
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Do fio da meada
Às vezes parece
a cabeça passa o dia a tricotar
são nós que o seu corpo
precisa desamarrar
quarta-feira, 23 de junho de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
ANATOMIA
É triste ver-se o homem por dentro:
tudo arrumado, cerrado, dobrado
como objetos num armário.
A alma, não.
É triste ver-se o mapa das veias,
e esse pequeno mar que faz trabalhar seus rios
como por obscuras aldeias
indo e vindo, a carregar a vida, estranhos escravos.
Mas e a alma?
É triste ve-se a elétrica floresta
dos nervos: para estrelas de olhos e lágrimas,
para a inquieta brisa de voz,
para esses ninhos contorcidos do pensamento.
E a alma?
É triste ver-se que de repente se imobiliza
esse sistema de enigmas,
de inexplicado exercício,
antes de termos encontrado a alma.
Pela alma choramos.
Procuramos a alma.
Queríamos a alma.
tudo arrumado, cerrado, dobrado
como objetos num armário.
A alma, não.
É triste ver-se o mapa das veias,
e esse pequeno mar que faz trabalhar seus rios
como por obscuras aldeias
indo e vindo, a carregar a vida, estranhos escravos.
Mas e a alma?
É triste ve-se a elétrica floresta
dos nervos: para estrelas de olhos e lágrimas,
para a inquieta brisa de voz,
para esses ninhos contorcidos do pensamento.
E a alma?
É triste ver-se que de repente se imobiliza
esse sistema de enigmas,
de inexplicado exercício,
antes de termos encontrado a alma.
Pela alma choramos.
Procuramos a alma.
Queríamos a alma.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Sobre os múltiplos de dois
Vai ver é isso:
existem pessoas
pares
e ímpares.
Os ímpares são pra ficar aos pares.
E os pares são pra ficarem ímpares.
Soneto da boa intenção
Tomo um papel na solidão
Nas horas neutras em plantão
Rimo e tento até que enfim
Consigo este pouco de mim
Em ritmo de respiração
Mas descubro: apenas são
Sílabas inúteis pelas linhas
Pois já longe tu caminhas...
Agora leve o vento então
O que ficou já não se alinha
Sem ritmo, sem respiração
Apenas eu nas entrelinhas
Ficou só na minha canção
Aquela surpresa que eu tinha
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Sobre as estrelas
Ah, se eu só quisesse as estrelas, era muito mais fácil. As estrelas existem e, por queimar, se fazem em luz. E, sendo luz, se dão. Se entregam pelo próprio brilho. Estão longe, mas os raios de luz, um atrás do outro, em fila, entregam os sóis aos meus olhos. As estrelas são só um e-mail cintilante que demora para transferir pelo céu. Não que o céu seja lento, claro - elas é que são grandes demais.
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