A solidão tardia não é uma música, que estupra o espaço de supetão. Essa ausência é uma morte, que agoniza, antes mesmo, por seu risco potencial. E que mata, na hora certa, aos poucos. É um silêncio que se faz presente devagar, instante a instante, na ausência de vida... Mais abissal.
É um silêncio que ensurdece só quem já teve ouvidos. É mais profundo pelo eco. E vai deixando letargia passo a passo, como apaga uma vela... Aos poucos, em etapas e brasas profundas, em fumaças tênues, mudas, sorrateiras, infiéis.
Quando foi que essa calma chegou? Quando foi que o mar parou, na derradeira ressaca? Por que, com os olhos ofuscados, a noite chegou, assim, tão de repente? Sem noção, sem discernimento... E os pássaros todos dormiram?
O escuro é pior que a visão do estranho. É pior quando o tremor vem sem estímulo, por dentro. Ansiedade muda. E brota, na noite, no silêncio, imenso, surdo e ensurdecedor.
Prometido e não cumprido. Meu passado e meu futuro. Tudo vira bosta. Um dia depois, não me vire as costas. Salvemos nós dois: tudo vira bosta. (Rita Lee)
domingo, 27 de julho de 2008
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