Que eu ia usar com uma bota que me fazia parecer uma lésbica americana dos anos 90. Tá, mas tudo bem. Eu ia assim porque já estava fazendo um esforço enorme só para sair de casa e acompanhar as pessoas; a fim de não parecer uma criança teimosa, que desiste das coisas só porque ninguém perguntou pra ela o que ela queria fazer ou não.
E 10 minutos depois lá estava a criança teimosa no balcão, esperando as outras crianças, tomando uma garrafinha de água com gás — pois estava em jejum por motivos laboratoriais. E, veja!, nada das outras crianças. Só um bar lotado de gente de beleza duvidosa; um cardápio ótimo, mas que só oferecia água e água com gás para mim; e um blues meio insosso no player do monitor de LCD no balcão. Tá.
Eu me acho ridículo quando estou sozinho esperando os outros. Primeiro porque apoio os braços e fico com cara de "não estou esperando ninguém, não, sim, estou esperando e está horrível ficar sozinho aqui". Segundo porque fico pensando quanto tempo vão demorar e em quanto tempo eu vou ligar e, então, em quanto tempo irei embora. Terceiro porque tenho vergonha de olhar para os outros e viver um momento bon-vivant já que sempre que eu olho para alguém de repente eu desligo e fico com cara de abobado, enquanto a outra pessoa fica me encarando de um jeito intimidado.
E foi assim que, depois de 350ml de água com gás e umas 8 músicas de blues, eu voltei a pé para casa; caminhando atrás de um cara de devia estar todo borrado de medo que eu fosse assaltar ele com as minhas botas de lésbica dos anos 90. Fim.
Prometido e não cumprido. Meu passado e meu futuro. Tudo vira bosta. Um dia depois, não me vire as costas. Salvemos nós dois: tudo vira bosta. (Rita Lee)
sexta-feira, 23 de março de 2007
sexta-feira, 16 de março de 2007
Pato & pato
Uma vez tinha um pato
Que não amava uma
Pata
Amava um pato
E depois não amava nem
O tal pato
Esse pato sou eu
FIM.
Que não amava uma
Pata
Amava um pato
E depois não amava nem
O tal pato
Esse pato sou eu
FIM.
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